30/06/2012

Origem dos cemitérios


No final do século XVII, pelo mundo inteiro ocorreu algo curioso.
Por medida sanitária os sepultamentos passaram a realizar-se em locais abertos, nos campos-santos ou cemitérios secularizados.

Porém ja nao era novidades para os chineses, japoneses e judeus, e outros povos que já traziam a tradição da inumação a "céu aberto". Os protestantes, também já faziam esta prática em muitos países. Isto afetou a igreja católica no mundo todo.
No Brasil o enterro fora da igreja era exclusivo aos não-católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, escravos e condenados, até que por lei, inspirada na relação que se fez entre a transmissão de doenças através dos miasmas concentrados nas naves e criptas das igrejas, se instalaram os campos de sepultamento ensolarados.

Um outro motivo, diz respeito a laicização do Estado e sua separação com a igreja. Um exemplo digno é o caso do Pére Lachaise, de Paris que apesar de receber um nome de um padre católico, abriga pessoas de várias religiões, quanto não-religiosos. Foi o primeiro cemitério laico e um dos mais famosos do mundo.

A urbanização das cidades, e o crescimento dela, também é um dos fatos importantes para a criação dos cemitérios coletivos a "céu aberto". Aconteceu quando perceberam que os sepultamentos em capelas ou igrejas, já não comportavam o aumento da demanda.

Porém, analisando tudo, não foi apenas questão de higiene criar os cemitérios. Mas sim uma razão metade prática e outra científica(também política e social), da sociedade oitocentista.
Se esta mudança acontecesse apenas por esse motivo, os cemitérios católicos em descampados teriam permanecido sóbrios e padronizados do mesmo modo que os erigidos por irmandades em mausoléus coletivos, ou como os de outras religiões.

A simplicidade dos padrões tradicionais e primitivos continuou caracterizando a sepultura coletiva, enquanto o fausto e a arrogância da tumulária individual se desenvolveu espantosamente.
Portanto a verdadeira razão da grande mudança de atitude e gosto já existia há tempos no objetivo de monumentalizar-se perante a comunidade. Sempre foi o desejo dos mais ricos distinguir-se através
de uma marca eterna, de um objeto de consagração, o "túmulo", pela atração de comparar-se a grandes personagens da história sem a menor cerimônia, incluindo nisto levou os soberanos, os faraós, os reis,
os papas e os príncipes, merecerem sepulcros diferenciados dos demais.

A arte tumulária varia com a data, acompanha cada estilo de época, e de região e jamais oculta o caráter, e a espiritualidade do meio em que ocorre. Tornando a arte tumulária como representante dessas características, podemos compreender as estruturas sociais e culturais dos meios, mesmo quando tal se acha restrita a uma metade da população.

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