15/08/2012

Leonid Rogozov, o homem que se salvou fazendo uma auto-cirurgia


O que você acha de enfiar um bisturi na barriga, abrir e ver o que tem lá?
Parece uma boa ideia, é um bom jeito de "Descobrir mais sobre nossos corpos"
Fica a dica...

Em 29 de abril de 1961 um médico da 6ª Expedição Antártica Soviética, Leonid Rogozov, com 27 anos, sentiu febre e uma dor intensa no lado direito da barriga. Não tendo nenhuma possibilidade de chamar um avião e sendo o único médico na estação "Novolazarevskaya", o cirurgião fez uma operação de remoção do apêndice nele mesmo com anestesia local auxiliado por um engenheiro e um meteorologista da estação.
Em 1959, Leonid Rogozov graduado em medicina foi imediatamente aceito para fazer a residência como cirurgião. No entanto, os seus estudos foram postergados por algum tempo devido à viagem à Antártida em setembro de 1960 como médico da expedição soviética à estação Novolazarevskaya.
Durante esta expedição aconteceu um evento que fez com que o médico de 27 anos se tornasse famoso no mundo todo.









No 4º mês do inverno, Leonid apresentou sintomas inquietantes: fraqueza, náuseas, febre e dor na região ilíaca direita. No dia seguinte, sua temperatura subiu ainda mais. Sendo o único médico na expedição composta por 13 pessoas, Leonid diagnosticou a si mesmo com apendicite aguda. Não havia aviões em qualquer das estações mais próximas, além disso, as condições meteorológicas adversas não permitiriam de forma alguma sair dali. A fim de salvar o membro doente da expedição polar era necessária uma operação de urgência e a única saída era operar a si mesmo.



Na noite de 30 de abril de 1961, o cirurgião foi auxiliado por um engenheiro mecânico e um meteorologista. Um entregavam a ele os instrumentos cirúrgicos necessários e ou outro segurava um pequeno espelho sobre sua barriga para que melhor enxergasse.

O médico fez uma anestesia local com solução de novocaína seguida de uma incisão de 12 centímetros na região ilíaca direita com um bisturi. Entre a visão do espelho e o tato ele removeu o apêndice inflamado e injetou antibiótico na cavidade abdominal. Mas não foi nada fácil, 30 ou 40 minutos após o início da operação Leonid sentiu um incipiente desmaio com o formigamento e vertigem que percorreu todo seu corpo obrigando o cirurgião a fazer algumas pausas para descanso. No entanto, à meia-noite a operação com duração de 1 hora e 45 minutos havia terminado. Cinco dias depois a temperatura normalizou, em dois dias os pontos foram retirados.

Em São Petersburgo, Museu do Ártico e na Antártida há uma exposição dos instrumentos cirúrgicos usados por Leonid Rogozov naquela operação.


O astronauta-piloto, um herói da União Soviética, German Titov escreveu em seu livro "O meu planeta azul":

"Em nosso país uma exploração é a própria vida...

... nós admiramos o soviético Boris Pastukhov médico que injetou-se com uma vacina experimental antes de aplicá-la nos doentes, temos inveja da coragem do médico soviético Leonid Rogozov que fez uma operação de remoção do próprio apêndice nas piores condições de uma expedição na Antártica.

Às vezes eu reflito sobre isso na solidão e me pergunto se eu poderia fazer o mesmo e apenas uma resposta vem à minha mente: 'Eu daria o meu melhor ...'"






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